O Ministério Público do Paraná apresentou nesta sexta-feira (25), denúncia criminal contra um professor de ioga de 63 anos pela prática de vários crimes tipificados como violação sexual mediante fraude (art. 215 do Código Penal). Nesta primeira denúncia foram trazidas sete vítimas, que teriam sido submetidas a violência sexual nos últimos 12 anos (considerando que em relação a fatos havidos anteriormente já operou-se a prescrição). No início do mês ele foi preso preventivamente pelo MPPR e segue detido.
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Conforme a investigação conduzida pelo Naves, que agora atua em conjunto com a Promotoria de Justiça de Quatro Barras, para onde foi remetido o feito, o denunciado valia-se da posição de “guru” e “líder espiritual” para envolver as vítimas e, a partir disso, perpetrar as violências sexuais.
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De acordo com os depoimentos, ele se aproveitava da posição de liderança espiritual que exercia sobre as vítimas – a maior parte em situação de vulnerabilidade emocional – para manipulá-las e praticar os crimes. “O investigado explicava para as vítimas que Jesus Cristo possuía um grau 7 de evolução espiritual, enquanto que ele afirmava ser um líder de elevação espiritual grau 5”, explicou a responsável pela investigação, a promotora de justiça do MPPR Tarcila Santos Teixeira.
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Ainda, de acordo com Tarcila, o chefe da organização espiritual submetia ao seu crivo a aprovação de casamentos dos membros do que considerava como um clã. “Inclusive muitos casamentos eram arranjados por ele. A profissão que a pessoa ia desenvolver, o negócio que ia fazer, tudo tinha que passar por ele”, afirma a promotora.
A queda e desarticulação da entidade espiritualista liderada pelo acusado ocorreu no último dia 11 de abril de 2025. A operação foi conduzida pelo Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), com apoio de outras forças de segurança. O “guru” foi detido por suspeita de violência e abuso sexual.
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Além da prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em vários endereços ligados à organização, incluindo uma chácara localizada no município de Quatro Barras, no estado do Paraná. No local, autoridades encontraram documentos, equipamentos eletrônicos e um arsenal de armas e muitas munições.
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De acordo com o MPPR, o processo de investigação já vinha sendo desenvolvido há meses, com depoimentos de ex-integrantes da organização. A maioria dos membros começou a abandonar a a organização liderada pelo agora investigado no final do ano de 2024, após denúncias internas começarem a surgir, embora já houvessem indícios a muitos anos.
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Entre as práticas denunciadas estavam casamentos arranjados, manipulação psicológica e coerção espiritual.
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Novos casos – O MPPR segue apurando outros casos de violência que teriam sido praticados pelo denunciado, levados por outras possíveis vítimas. Várias vítimas que não foram contempladas nesta denúncia já foram ouvidas e outras estão já em contato para prestar declarações para, numa segunda fase, o Ministério Público oferecer nova denúncia.
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Nesse sentido, o Naves reforça que segue aberto a receber informações sobre o caso.
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Os contatos podem ser feitos pessoalmente, na sede da unidade (Rua Marechal Hermes, 751, 5º andar), pelo telefone 32250-4022 ou pelo e-mail: [email protected] e ainda na Promotoria de Justiça de Quatro Barras, pelo e-mail: [email protected].
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* O processo segue sob sigilo e por isso é prudente, segundo o MPPR, que ao tomarem conhecimento dessa informação os veículos de comunicação já não mencionem o nome do acusado.
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