Terça, 25 de Março de 2025
16°C 28°C
Curitiba, PR
Publicidade

Paris abre Jogos Olímpicos com deturpação da Santa Ceia, mas proíbe pranchas de surf com imagem de Jesus

Comitê Olímpico Internacional (COI) prevê vedação de manifestações religiosas em seu próprio regulamento

28/07/2024 às 14h50 Atualizada em 28/07/2024 às 15h15
Por: Redação
Compartilhe:
Segundo o regulamento 50 da Olimpíada, "não é permitido nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial".
Segundo o regulamento 50 da Olimpíada, "não é permitido nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial".

O surfista João Chianca, o Chumbinho, foi pego de surpresa ao ser avisado que não poderia levar pranchas personalizadas às vésperas dos Jogos. O local de Saquarema customizou oss próprio equipamentos com a imagem do Cristo Redentor, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) proíbe manifestações religiosas durante o evento.

Segundo o regulamento 50 da Olimpíada, "não é permitido nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial". Com isso, o COI notificou o brasileiro, que precisou trocar as pranchas de última hora antes da estreia em Paris-2024.

— Acabo de receber a notícia de que a pintura não está autorizada nos Jogos Olímpicos porque Cristo é uma figura religiosa. E os jogos têm se centram na neutralidade total. Obrigado a todos pelo apoio, essas pranchas estão lindas. Sempre buscarei refazer essa pintura — comentou Chumbinho nas redes sociais.

Dois pesos, duas medidas - A conferência dos bispos da Igreja Católica Francesa e líderes religiosos espalhados pelo mundo protestaram contra uma encenação protagonizada por drag queens, associada à Santa Ceia, que fez parte do roteiro de atrações da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

Para a entidade francesa, o retrato bíblico de Jesus Cristo com os seus apóstolos recriado pelos organizadores da festa foi um "escárnio" e uma "zombaria com o Cristianismo". Ainda disse lamentar por "todos os cristãos" que foram "feridos pela ofensa e provocação de certas cenas".

"Nossos pensamentos estão com todos os cristãos de todos os continentes que foram feridos pela ofensa e provocação de certas cenas", disse o grupo de bispos, em nota. "Esperamos que eles entendam que a celebração olímpica se estende muito além das preferências ideológicas de alguns artistas", acrescentou.

A conta oficial das Olimpíadas na rede social X (ex-Twitter) tentou justificar o episódio descrevendo parte da cena como representando "o deus grego Dionísio" conscientizando as pessoas "do absurdo da violência entre seres humanos".

Os religiosos, porém, interpretaram que a adaptação como uma zombaria da famosa pintura de Leonardo da Vinci.

O diretor artístico do espetáculo, Thomas Jolly, negou que a sua intenção, ao recriar a cena, foi de provocar e fala em celebração da diversidade. "Meu desejo não é ser subversivo, nem zombar ou chocar," disse Jolly. "Acima de tudo, eu queria enviar uma mensagem de amor; de inclusão e não de divisão."

O padre dominicano Nelson Medina afirmou que, por conta a recriação da Santa Ceia, "não vai assistir a uma única cena dos Jogos Olímpicos". "Que repugnante o que fizeram zombando do Senhor Jesus Cristo e seu supremo dom de amor.

Ainda, segundo o pároco, “os idealizadores da cena são covardes e não mexeriam com Maomé", referindo-se a um possível incidente diplomático e até mesmo conflito religioso com a comunidade muçulmana, a qual não teria provavelmente o mesmo grau de tolerância ante o fato, em comparação ao povo cristão.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários